O Projeto de Lei 4930/2016 de autoria do Deputado Federal Lucio Vieira Lima – PMDB/BA, que cria exame de suficiência obrigatório para futuros enfermeiros, é tema bastante polêmico e que está organizando em todo o Brasil diversos debates sobre o assunto.
Fica claro que o projeto precisa de mais debates no meio profissional e na sociedade, é o que pensa a Dra. Antonia Trindade, Presidente do Sindicato dos Enfermeiros do Estado do Pará. “Esse é apenas um passo para barrar enfermeiros mal formados, porém, devemos ficar atentos a outras situações como os cursos à distância, e avaliar constantemente as escolas de formação” ressalta a Dra Antonia.
No Brasil, mais de 50 mil vagas são ofertadas para o ensino da enfermagem à distância, anualmente. Por outro lado, são mais de 150 mil vagas presenciais de nível superior, sendo 75 mil ociosas. “Ou seja, faltam alunos para compor a oferta do curso. Diante disso, nós primamos pelo ensino presencial, dentro de uma sala de aula, trabalhando teoria e prática concomitante”, frisou.
A proliferação desordenada de cursos com qualidade duvidosa na Enfermagem representa um risco à Saúde Coletiva, além de contribuir para a saturação do mercado de trabalho. A pesquisa Perfil da Enfermagem realizado pelo Cofen/Fiocruz revela indícios de saturação do mercado de trabalho, com desemprego aberto na Enfermagem e achatamento salarial.
“Devido ser uma profissão que lida diretamente com a vida das pessoas. Não podemos permitir que o curso seja realizado à distância. É preciso ter contato direto com o professor que, sobretudo, traz da prática e da experiência seu conhecimento para dentro de sala de aula”, explicou a Dra Antonia.
Recentemente, o Sindicato dos Enfermeiros do Estado do Pará, recebeu uma denúncia a cerca de um curso à distância no município de Tailândia, por uma instituição particular, onde circula pelas redes sociais panfletos com oferecimento do curso de Enfermagem na região. Porém, após averiguação, constatou-se que não há curso de enfermagem à distância naquele pólo.
O Sindicato dos Enfermeiros não é contra ao sistema de ensino à distância (EaD), e sim ao método aplicado na área. Por isso atua em todo território paraense, lutando pela valorização da categoria e por uma educação e saúde de qualidade, para que possamos ter em nosso Estado, profissionais capacitados para melhor servir a população.
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