Trinta horas, quanto vale esta luta?

Publicado em: 16/04/2021
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A luta pelas 30h semanais já faz parte da história da enfermagem, desde 1955 a batalha pela regulamentação 
da carga horária vem sendo negligenciada pelos nossos representantes, na época, pelo Presidente Café Filho. 
Na sequencia em 1983 o Presidente Joao Batista Figueiredo também vetou sob alegação de não haver uma 
justificativa física, técnica ou mental para sancionar a lei. 
Em 1995 com o sistema de jornada 12X36 estabelecido, o Presidente Fernando Henrique Cardoso também vetou.
Nos governos seguintes  também não tivemos sucesso, não apoiaram e não valorizaram a enfermagem. E mais uma 
vez tivemos nossas expectativas frustradas, porém continuamos na busca da nossa jornada digna.
Agora com o Presidente Jair Bolsonaro ainda se repete os mesmos feitos dos Presidentes anteriores e no momento 
ainda temos um fator agravante, a pandemia e todas as adversidades que ela traz consigo . São 66 anos que 
perseveramos nas causas da nossa classe, nesta pauta, a carga horária digna para os nossos profissionais.
Trata-se de uma fatia considerável da população do nosso país, que desenvolve um papel imprescindível na saúde 
pública e privada. 
Segundo o sistema COFEN/CORENs estão inscritos 2.470.277 profissionais no Conselho, trazendo para a nossa 
realidade, para o Estado do Pará são 59.863 técnicos, 8.116 auxiliares e 15.198 enfermeiros, totalizando 83.177. 
Segundo IBGE a população do nosso país é de  212 milhões de pessoas, ou seja, pouco mais 1,2% da nossa 
população é de enfermeiros, técnicos e auxiliares. 
Somos a única categoria que presta assistência e cuidado ao paciente durante 24h. 
São os profissionais que recebem todas as queixas, todos os problemas, tanto dos pacientes quanto do local 
em que trabalha. E neste momento de pandemia temos o agravante de sobrecarga de trabalho.
Além de toda a sua lida, ainda tem o agravante de não ter os EPIs, insumos e equipamentos necessários que são 
básicos para a sua proteção em plena pandemia. A categoria que mais morreu, pois eles que estão a frente do 
atendimento no combate do Covid-19.
Infelizmente a pandemia veio mostrar esse lado obscuro que estava escondido atras dos muros dos hospitais. 
As péssimas condições de trabalho não são exclusivas dos hospitais públicos, nos hospitais privados estão
iguais ou pior.
O aumento exponencial de atendimentos está diretamente proporcional à falta de valorização dos profissionais, 
eles não recebem o adicional de quarenta por cento de insalubridade, não existe a regulamentação da carga de 
trabalho e o piso salarial não está definido por lei federal. 
Não é um privilégio todos os pedidos de melhoria para os profissionais da saúde, nada mais é do que o 
reconhecimento de que esse trabalho precisa de todas as premissas para a realização da prática segura. 
Hoje está claramente provado que existe um patronato sabotando todo e qualquer incentivo e valorização da
enfermagem. Eles estão preocupados apenas com o capitalismo, querem apenas usufruir de um trabalho.
Não são máquinas, são pessoas que tem o compromisso de dedicar a sua vida profissional respeitando a 
dignidade e os direitos da pessoa humana, exercendo  a enfermagem com consciência e fidelidade e não 
praticar atos que coloquem em risco a integridade física e psíquica do ser humano.
A classe não quer aplausos, medalhas, homenagens, mas sim a  valorização profissional urgente, piso 
salarial, carga horária, quarenta por cento de salubridade, condições de trabalho, EPIs, insumos e 
sobretudo respeito aos profissionais.
Esperamos um posicionamento da Câmara, dos nossos 513 Deputados e principalmente dos 17 Deputados 
Federais do Estado do Pará: Airton Faleiro (PT-PA),Beto Faro (PT-PA), Cássio Andrade (PSB-PA), 
Celso Sabino (PSDB-PA), Cristiano Vale (PL-PA), Delegado Éder Mauro (PSD-PA), Eduardo Costa (PTB-PA), 
Elcione Barbalho (MDB-PA), Hélio Leite (DEM-PA), Joaquim Passarinho (PSD-PA), José Priante (MDB-PA),
Júnior Ferrari (PSD-PA), Nilson Pinto (PSDB-PA), Olival Marques (DEM-PA), Paulo Bengtson (PTB-PA), 
Vavá Martins (REPUBLICANOS-PA) e Vivi Reis (PSOL-PA).
Que olhem em favor de uma classe que chega nos lugares mais remotos para prestar atendimento, cuidado e
 assistência aos pacientes, seja de carro, de canoa, de barco e até em aldeias indígenas.
Dia 12 de maio de 2021 teremos a primeira marcha pela enfermagem,  pela aprovação de projetos e a 
valorização dos profissionais. Vamos cobrar ação dos nossos parlamentares. Mobilizamos todos os 
profissionais para apoiar este evento que será um marco para a nossa classe.
O SENPA estará participando no Estado do Pará neste ato, conclamamos a presencça de todos. 
Filie-se ao SENPA, vamos fortalecer a nossa categoria. 
Para mais informações, orientações, esclarecimentos e denúncias entre entre em contato pelo 
numero (91)98890-0590 (WhatsApp da Presidente Antonia Trindade).